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15.6.05

"Mas pior. Uma inovação portuguesa, na linha do famigerado limite de tráfego, diz respeito à aberrante distinção entre tráfego nacional e tráfego internacional. Uma tal distinção, agora em voga na maioria dos fornecedores nacionais, não existe em mais nenhum país europeu. E mesmo o limite de tráfego também é raro. Em Espanha, por exemplo, é proibido.

Distinguir entre tráfego nacional e internacional quando falamos de Internet é uma verdadeira enormidade. Pois aquilo que caracteriza a rede é precisamente a sua característica não territorial. É certo que a forma como estas empresas determinam a distinção não tem base geográfica. Baseia-se numa lista de Prestadores de Serviços. Ou seja, um «site» português, mesmo que termine em .pt pode corresponder a tráfego internacional. E muitos terminados em .com podem ser nacionais. Mas para além de se introduzir um conceito aberrante e desvirtuador da própria essência da Net e de se fomentar uma cultura provinciana, torna-se ainda impraticável para o utilizador saber por onde anda. Impor tarifas diferenciadas com base em tráfego nacional ou internacional é objectivamente um logro contratual, pois não é nada prático saber-se de onde efectivamente se está a descarregar o ficheiro."

Leonel Moura, hoje no Jornal de Negócios

Por acaso já me tinha dado ao trabalho de pensar na razão da distinção entre tráfego nacional e internacional nos acessos à Internet. Achava que era estranha a restrição à "verdadeira" Internet (o que seria a Internet se fosse só a rede nacional?). Não sabia, no entanto, que isto era uma particularidade lusa - mas confesso que devia ter desconfiado...

São também estas pequenas grandes diferenças que nos vão colocando na cauda da tabela europeia no que diz respeito ao número de acessos Internet no nosso país (como em quase tudo o resto, aliás!).

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