<$BlogRSDUrl$>

20.12.04

Sejam claros!

"Por favor, não omitam como vão fazer as reformas mil vezes repetidas como necessárias ao País: a reforma da Administração Pública; a reforma do monopólio da educação pública; a reforma do monopólio estatal do sistema nacional de saúde; a revisão de certos bloqueios constitucionais; a reforma da justiça; um plano exigente de regeneração de todo o sistema fiscal, para ser justo, leve quanto possível, e acabar com a fuga aos impostos; a reforma do sistema labiríntico da urbanização, que tem desgraçado o País; a luta contra a corrupção e o combate à criminalidade e à insegurança; a reforma dos regimes aplicáveis aos detentores de cargos políticos, para os prestigiar, responsabilizar e dignificar; o combate à burocracia; condições ágeis de iniciativa económica; em todos os domínios, controlo e avaliação dos desempenhos, transparentes e eficazes, premiando o mérito e tratando justamente o demérito. (...)

Além disso, há questões muito melindrosas do ponto de vista ético e moral. Digam-nos os partidos muito claramente o que pensam acerca do aborto e da eutanásia. Das experiências e manipulações genéticas. Do casamento, da heterossexualidade e da homossexualidade, da família e da adopção. Não queiram omitir estas coisas para depois nos surpreenderem com medidas dramáticas sobre assuntos tão melindrosos. Se não assumem posições e querem deixar os assuntos para referendo, queiram dizê-lo sem papas na língua, porque os portugueses preferem decidir por referendo questões fundamentais para as suas concepções de vida do que assistir à rasquice dos debates parlamentares na matéria."

Estes são alguns dos pedidos que Mário Pinto faz aos partidos políticos no seu artigo de hoje no Público. Ontem António Barreto fazia o mesmo, no mesmo jornal. E de facto é fundamental que tais pedidos sejam concedidos. Os políticos, de um lado e do outro, já são velhos conhecidos - infelizmente. Não há renovação, não há inovação. A diferença terá de ser feita ao nível das propostas específicas de cada um dos partidos. Por isso se pede: sejam claros, directos, frontais e (espero não estar a exigir demais) verdadeiros. Acreditem: a verdade e a frontalidade dão votos. Façam por merecê-los.

Se os programas dos partidos forem opacos, se as propostas de resolução dos problemas do país forem soluções genéricas, etéreas, tímidas, os eleitores não terão respostas concretas para os seus problemas e não confiarão em ninguém (é o que acontece actualmente). Assim, ganhará, mais uma vez, a abstenção. E perderá, novamente, o país.


This page is powered by Blogger. Isn't yours?