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2.11.04

Prato do dia: Eleições americanas

"Ora, se alinharmos os factos com alguma seriedade, podemos concluir com prova documental que Bush não merece a reeleição. Mesmo gente de direita o diz. Jornais como o Financial Times, revistas como a Economist, colunistas como Andrew Sullivan ou académicos como Francis Fukuyama têm aduzido argumentos nesse sentido. E porque é que Bush merece perder? Em resumo, por quatro razões: as armas de destruição maciça, o Patriot Act, Guantánamo e Abu Ghraib e a política iraquiana."

Concordo totalmente com estas palavras de Pedro Mexia. Como este escritor também eu estive entre os "facínoras" que defenderam a guerra no Iraque, mas ao contrário dele defendi que a invasão tinha três fundamentos, que coloco aqui por ordem de importância:

1. Destituição do ditador Saddam Hussein e mudança de regime no Iraque (de ditadura para democracia);
2. Ameaça de que o regime de Saddam possuía ADM;
3. Supostas ligações de Saddam à Al-Qaeda.

Provou-se, com o tempo, que os últimos dois pontos eram falsos. E o primeiro só foi cumprido em parte (destituição de Saddam). O resto (democracia) está, ainda, por fazer, e embora haja promessas de eleições em breve, a verdade é que o Iraque é hoje um caos e um antro de terroristas.

Do lado de Bush, no entanto, o ênfase foi sempre dado às armas de destruição maciça. E, assim, o principal argumento dos EUA para a guerra era falso. Além disso o pós-guerra foi mal preparado.

Os episódios (lamentáveis) de Abu Grahib e o tratamento dos "prisioneiros ilegais" em Guantánamo são mais uma razão para a derrota de Bush nas urnas.

Por tudo isto, sigo a ideia da revista "The Economist": entre o “incompetente” e o “incoerente”, quedo-me por este último, até porque não há mais nenhuma alternativa. Assim, se fosse americano, hoje votaria (algo contrariado, sublinho) em John Forbes Kerry. Refazendo esta última frase, tornando-a mais verdadeira com o meu pensamento, hoje votaria contra George Walker Bush.

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