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27.10.04

José Barroso volta atrás

Durão Barroso parece ter voltado atrás. Apesar das inúmeras tentativas, dos contactos com os vários grupos parlamentares e, ainda, da sua putativa firmeza na decisão, a verdade é que o Parlamento Europeu ganhou o primeiro confronto com a Comissão Europeia (CE). Durão recuou, e pediu o adiamento da votação da sua Comissão. E deixou perspectivas de alteração na sua composição (Buttiglione não se manterá como escolha na pasta da Justiça, Liberdade e Segurança, com certeza...).

Deve realçar-se que o Parlamento Europeu (PE) é o único órgão da União Europeia que recebe o voto dos eleitores. É a única instituição cuja composição resulta do sufrágio directo e universal dos europeus. É por isso fundamental que seja um órgão forte, pois penso que dessa forma pode ser um factor importante de aproximação entre a UE e o povo europeu. Por isso, também são positivos os reforços do seu poder consagrados na futura Constituição.

Desta decisão, retenho dois aspectos:

1. O negativo: O início das relações PE/CE não prediz, para já, nada de bom. Começar com estas fricções entre as instituições mais importantes da UE pode complicar os (desejáveis)entendimentos futuros;
2. O positivo: Com a inflexão do Presidente da CE pode gerar-se uma opinião mais positiva e convergente entre todos os partidos representados no Parlamento, o que poderá criar um ambiente mais harmonioso e de maior cooperação entre as instituição.

Espera-se que, para bem de uma UE forte (agora com 25 membros), o ponto positivo suplante cabalmente o negativo. Se assim for, os problemas futuros da União (imigração, Tratado Constitucional, Turquia) poderão ver, serenamente, uma luz ao fundo do túnel. Caso contrário...

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