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24.9.04

Vale a pena ler – I



Acabei de ler este livro de Manuel Alegre. Livro pequeno, curto. Bonito na simplicidade. É a história de um cão, mas não de um cão qualquer. Aliás, este é um cão como os outros, mas nenhum cão é um cão qualquer, como se retira desta prosa. Este é apenas mais um cão... como nós!

A maneira como Alegre descreve o estado de espírito do cão, a personificação, os estados de espírito do animal: a sua casmurrice, os seus amuos, torna este livro saboroso. Lê-se numa hora, mas fica connosco por muito tempo. Por isso aconselho vivamente a sua leitura.

Deixo um bonito excerto:

“Mas faça-se justiça: sempre partilhou as nossas alegrias e as nossas tristezas. Estou a vê-lo no dia do funeral do meu pai. Quando viemos do cemitério ele correu a casa toda, percebeu que havia uma falta, ou talvez sentisse uma presença que nós fisicamente já não sentíamos. Subiu escadas, desceu escadas, entrou e saiu de cada sala, deu voltas ao jardim, tornou a correr a casa toda. Até que de repente parou e foi enroscar-se, como sempre, aos pés do meu pai, quero dizer, em frente da cadeira vazia onde o meu pai costumava sentar-se. Ou talvez para ele a cadeira não estivesse assim tão vazia."

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