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11.8.04

Conversas público-privadas

Escrevia, ontem, José Manuel Fernandes no editorial do PÚBLICO:

'Sobre isso o PÚBLICO tem, há muito, uma posição clara: não se revelam fontes nem se revelam conversas "off the record", isto é, conversas com fontes que pedem para não ser citadas.'

Em relação às fontes que pedem anonimato entende-se, aceita-se, é compreensível. Por vezes é a única forma de ter a notícia, e por isso a ocultação de identidade deve ser respeitada (devendo no entanto aceitar-se que em casos judiciais graves possam abrir-se excepções - mas esses são "casos de polícia" complexos e que por isso neles não me deterei).

Já quanto ao revelar conversas "off the record" questiono-me o seguinte: aceitando que a transcrição ipsis verbis de uma conversa deste tipo é censurável, não é verdade que qualquer jornalista, ao obter informações de uma pessoa - mesmo que anónima, mesmo que em "off" - vai aproveitar as suas declarações para fazer a notícia? Assim, apesar de não se revelar a conversa, faz-se a notícia pegando na informação "off the record". Ora isto é dizer o mesmo por outras palavras, certo? Assim sendo, porque se mantém o "segredo" em relação à conversa mantida com o jornalista?

A minha opinião mantém-se neste assunto: se não quero que um assunto caia no domínio público, não o converso com jornalistas. Isso é o mesmo que deixar um naco de carne numa jaula de um leão faminto... e pedir-lhe com carinho para ele não se saciar!...

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