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8.6.04

Ruanda, versão 2

"Um Milhão de Pessoas à Beira da Morte no Ocidente do Sudão", titulava uma notícia no PÚBLICO de Segunda-Feira. Sem grandes parangonas na capa (aliás, sem qualquer referência de maior à notícia), assim estava ela, meia esquecida. A falha não foi só do PÚBLICO, no entanto. Todos os outros jornais de referência também minoraram (ou esqueceram) o assunto.

Mas este assunto não é menor. Pelo contrário.

Há já algum tempo que várias instituições internacionais (International Crisis Group, as Nações Unidas) vêm avisando para a possível catástrofe humanitária no Sudão. Em especial na zona de Darfur, no ocidente do país (junto à fronteira com o Chade), "mais de um milhão de pessoas estão em situação desesperada". O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos avisa que se não se actuar com rapidez, o número de mortos será maior que 300 mil! Repare-se no macabro da situação: 300 mil mortes são já assumidas como certas, a esse valor já não há nada a retirar. Podemos é tentar evitar que sejam 3 ou 4 vezes mais...

É assustador, é tétrico, é inefável! E é real.

Tudo começou no ano passado, quando dois grupos rebeldes atacaram instalações governamentais, por causa da marginalização que certos sectores do país (em especial da região de Darfur) sentem. Basicamente, os agricultores das regiões ocidentais sentem-se discriminados pelo governo árabe de Cartum, governo este que apoia milícias árabes (janjaweed) que espalham o terror pelo país.

10 anos passados após o genocídio do Ruanda (que - dizendo-o de uma forma eufémica - diminuiu em 800.000 a população ruandesa...), o Mundo não aprendeu com os erro cometidos. Pelos vistos, agora vai passar-se o mesmo num país seu vizinho.

À péssima maneira africana, parece que estamos a viver, hoje, o Ruanda versão 2.

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