15.6.04
Quem perdeu as eleições?
Há duas grandes derrotas nas eleições europeias, disputadas entre 10 e 13 de Junho por toda a União. Uma derrota é europeia. Outra tem o gosto nacional. Começo pela primeira, porque mais importante.
A abstenção (globalmente) europeia
Os valores de participação no acto eleitoral deste fim-de-semana prolongado foi muito baixo. Apenas 45,5% dos eleitores votaram. São resultados decepcionantes, em especial nos novos países da UE. Entre estes apenas 26,4% dos eleitores votaram! É um mau áugurio para o futuro a 25. Poderá não ser só um problema da União Europeia, pode ser um problema dos povos europeus com a democracia, o que na minha opinião é ainda mais grave.
Mas será que o problema é esse? Ou será que a questão está no défice democrático europeu, de que tanto (e tão acertadamente) se tem falado? Será que o problema é Bruxelas ser "longe"? Não creio. Já repararam nas distâncias que separam a Califórnia de Washington? E Vladivostok de Moscovo?
Se calhar até há mesmo um problema de distância, mas não é física. Porque mais grave não é estar-se longe. É sentir-se que se está longe...
O PSD
O verdadeiramente único derrotado das eleições Europeias em Portugal foi o Partido Social Democrata. Não foi a Coligaçºao Força Portugal (PSD+CDS/PP). Claramente vencedores foram o PS, com uma votação histórica, o BE, com a eleição do seu primeiro deputado europeu (Miguel Portas) e a CDU, que manteve uma votação considerável. O PP não foi derrotado porque manteve o mesmo número de deputados no Parlamento Europeu. Quem perdeu, de facto, foi o PSD. E a abstenção não é desculpa (apesar de que menos de 40% de participação é significativamente pouco), pois houve um claro aviso ao Governo de que o país está "aborrecido" com estes governantes.
Que ilações se retiram daqui? Que a junção entre estes dois partidos não tem os votos que os mesmos obteriam em separado. Isso parece-me claro. De facto há uma grande franja de eleitores do PSD que não votam no partido liderado Paulo Portas, preferindo abster-se, ou votar PS.
A verdade é que o português gosta de facilitismos e de facilidades. Gosta de festa e de futebol. Não gosta de trabalho e de poupança. E a nossa classe política e dirigente muitas vezes incentiva o laxismo, o bom exemplo não vem de cima. Assim é difícil reformar o país, e as mentalidades...
Há duas grandes derrotas nas eleições europeias, disputadas entre 10 e 13 de Junho por toda a União. Uma derrota é europeia. Outra tem o gosto nacional. Começo pela primeira, porque mais importante.
A abstenção (globalmente) europeia
Os valores de participação no acto eleitoral deste fim-de-semana prolongado foi muito baixo. Apenas 45,5% dos eleitores votaram. São resultados decepcionantes, em especial nos novos países da UE. Entre estes apenas 26,4% dos eleitores votaram! É um mau áugurio para o futuro a 25. Poderá não ser só um problema da União Europeia, pode ser um problema dos povos europeus com a democracia, o que na minha opinião é ainda mais grave.
Mas será que o problema é esse? Ou será que a questão está no défice democrático europeu, de que tanto (e tão acertadamente) se tem falado? Será que o problema é Bruxelas ser "longe"? Não creio. Já repararam nas distâncias que separam a Califórnia de Washington? E Vladivostok de Moscovo?
Se calhar até há mesmo um problema de distância, mas não é física. Porque mais grave não é estar-se longe. É sentir-se que se está longe...
O PSD
O verdadeiramente único derrotado das eleições Europeias em Portugal foi o Partido Social Democrata. Não foi a Coligaçºao Força Portugal (PSD+CDS/PP). Claramente vencedores foram o PS, com uma votação histórica, o BE, com a eleição do seu primeiro deputado europeu (Miguel Portas) e a CDU, que manteve uma votação considerável. O PP não foi derrotado porque manteve o mesmo número de deputados no Parlamento Europeu. Quem perdeu, de facto, foi o PSD. E a abstenção não é desculpa (apesar de que menos de 40% de participação é significativamente pouco), pois houve um claro aviso ao Governo de que o país está "aborrecido" com estes governantes.
Que ilações se retiram daqui? Que a junção entre estes dois partidos não tem os votos que os mesmos obteriam em separado. Isso parece-me claro. De facto há uma grande franja de eleitores do PSD que não votam no partido liderado Paulo Portas, preferindo abster-se, ou votar PS.
A verdade é que o português gosta de facilitismos e de facilidades. Gosta de festa e de futebol. Não gosta de trabalho e de poupança. E a nossa classe política e dirigente muitas vezes incentiva o laxismo, o bom exemplo não vem de cima. Assim é difícil reformar o país, e as mentalidades...