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25.1.05

E, em 20 de Fevereiro, um imbróglio?

Imagine-se a seguinte - possível, não provável, mas possível... - composição parlamentar, como decorrente das eleições legislativas do próximo dia 20 de Fevereiro:

PS - 100 deputados
PSD - 99 deputados
CDS/PP - 17 deputados
PCP - 10 deputados
BE - 4 deputados

O Presidente da República, tendo em conta estes resultados eleitorais, nomeará como primeiro-ministro o candidato ao lugar pelo partido vencedor das eleições, o PS. Nada o obriga a isso (vide artigo 187º da Constituição), apesar da maior parte dos portugueses o suporem, mas é essa a norma que tem sido seguida.

Como se pode constatar dos (fictícios) resultados apresentados atrás, o PSD e o CDS/PP teriam maioria absoluta na Assembleia (99+17 = 116 deputados em 230). Segundo a nossa Constituição, no seu artigo 192º, o programa de Governo terá de ser submetido à Assembleia, para aprovação. O PSD e o CDS/PP votariam contra o programa de Governo, e o Governo seria forçosamente demitido (artigo 195º).

O Presidente poderia, enfurecido, dissolver a Assembleia, e convocar novas eleições para o Povo resolver o imbróglio? Não. Segundo o artigo 172º da nossa lei fundamental "a Assembleia da República não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição".

Complicado imbróglio para resolver, não?

O nosso Presidente terá de reflectir muito nos resultados, pois a melhor opção pode não ser a escolha do partido mais votado. É este o regime que temos, aprendamos a viver com ele, ou então... altere-se o sistema.

24.1.05

Gato escondido com rabo de fora

"O Senhor não pode falar do direito à vida porque nunca gerou vida. Não sabe o que é gerar vida. Eu tenho uma filha. Eu sei o que é um sorriso de uma criança."
(Francisco Louçã para Paulo Portas)

No interessante debate entre Paulo Portas e Francisco Louçã, há alguns dias na SIC Notícias, o líder do Bloco de Esquerda mostrou aquilo que, na realidade, é o seu Bloco. Uma mistura de partidos anacrónicos que agora, juntos, se afirmam como sendo "modernos", sendo assim muito aceites pelos media, mas que formam, no seu todo, um partido reaccionário.

Louçã foi conservador e sectário ao máximo. Foi contrário a tudo o que o Bloco pretensamente diz defender. Não se entende - agora - é como é que pode ele defender, com tanto ardor e com tanto empenho, outras causas, como por exemplo os direitos dos homossexuais, não sendo um deles (a menos que ainda se venha a assumir um destes dias...).

18.1.05

Frases XX

"Não sou optimista nem pessimista, sou determinado."
Jean Monnet

15.1.05

Titã a cores



Aí está a primeira foto de Titã a cores. Mais escura do que o esperado, a superfície parece ser uma mistura de água e gelo. A erosão parece indiciar a existência de chuva - chuva esta que deverá ser bem diferente da que temos na Terra, quer devido à sua composição, quer devido à mais baixa gravidade desta lua. Em Titã a chuva cai bem devagar...

Será esta imagem um retorno ao passado? Uma fotografia do que era a Terra, há alguns milhões de anos atrás, quando ainda era um nascituro?

11.1.05

In the Beginning God created... the music?

Nos meus tempos de estudante de liceu, lembro-me de aprender como era constituída toda a matéria: por átomos. Olhando para dentro do átomo, deparávamo-nos com um núcleo constituido por protões (com carga positiva) e neutrões (carga neutra), "girando" à sua volta partículas carregadas negativamente, os electrões.

Desde aí até hoje, muito se avançou. As experiências com aceleradores da partículas conseguiram já identificar, directa e indirectamente, imensas partículas elementares. Esqueçamos as que aprendemos na escola. Agora os protões e neutrões são constituídos por particulas ainda mais pequenas: os quarks. Mas há mais.

Há os bosões (gravitões, fotões, gluões), os fermiões (leptões, quarks). A lista inclui 19 partículas elementares (uff!), 17 das quais já foram identificadas - de forma directa ou indirecta - experimentalmente. Mas ainda há mais.

Estes modelos físicos têm um problema. É que não há um só modelo, há dois. E, pior, são incompatíveis. O primeiro é a mecânica quântica, que descreve "o mundo das coisas muito pequenas". O segundo é a relatividade geral, que descreve "o mundo das coisas muito grandes". Um contraria o outro, e é nesse dilema que vivem os físicos teóricos actuais.

Qual a solução encontrada? Tudo são cordas.

A teoria das supercordas é considerada como a forma de unificação das leis da natureza, através da incorporação dos dois modelos mencionados anteriormente num único. Muito basicamente, esta teoria postula o seguinte: se analisarmos ao "microscópio" cada uma das 19 partículas fundamentais de que falei anteriormente, chegamos ao encontro de uma corda unidimensional, que passa a ser a unidade individual básica de todas as partículas, de toda a matéria.

No fundo somos todos um conjunto de cordas que, vibrando em harmonia, formamos um todo estável e (quem diria?!)... musical!

Tragédia asiática sintetizada numa frase

"Não tenho mais lágrimas para chorar!"

Palavras de um familiar de várias vítimas do tsunami

Sul pobre, Norte rico

"Ainda que a Europa queira viver dentro dos seus muros ignorando o resto do mundo, o resto do mundo não ignorará a Europa. O Sul é um arrabalde de favelas que possui em frente um campo de golfe. O que pode acontecer? Uma invasão do terreno. Para impedir isto apenas há uma fórmula: conseguir-se que o arrabalde viva melhor. A Europa deve ajudar os países do Sul a desenvolverem-se, seguindo os seus próprios caminhos."

Ben Bella, antigo líder argelino


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