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30.8.04

Frases VII

"Não há ferro que penetre o coração com a força com que o faz um ponto final colocado no sítio certo"
Isaac Babel

(Obrigado pela frase, Amigo)

20.8.04

Vasco Pulido Valente (de Santana)

"O novo regime começa a mostrar aquilo que é: uma agência publicitária, como foi a Câmara de Lisboa no tempo de Santana Lopes - nunca ninguém fez tão pouco e tão mal com tanto espalhafato."

O brilhante escritor Vasco Pulido Valente, astuto como sempre. Não vi ainda melhor caracterização do consulado lisboeta de Santana. Obrigatório ler todo o artigo, hoje, aqui.

19.8.04

Ainda o populismo de Chávez

"Chávez é um presidente nacionalista, autoritário e nada intelectual. Militar, falhou um golpe em 1992. Eleito em 1998, logo mudou a Constituição da Venezuela para limitar o poder do Parlamento."

"Chávez logrou mobilizar muitos marginalizados (dois terços dos venezuelanos são pobres). Só que isso não tem melhorado a economia nem a vida dos venezuelanos, cujo rendimento médio recuou a níveis de há cinquenta anos. Contribuiu, sim, para manter Chávez no poder."

"[Chávez] Apenas distribui o dinheiro que a alta do petróleo neste momento proporciona. Não há investimento; a inflação e o desemprego estão em alta. Também não há segurança: os assassinatos quase triplicaram desde 1998."

"Só retórica, ou seja, populismo no estado puro."

Retirei estas acertadíssimas frases do artigo de Francisco Sarsfield Cabral de hoje, no DN. É um interessante complemento ao meu último post. A frase final é atónita e inquietante:

"É isto a esquerda?"

18.8.04

O populismo

Hugo Chávez venceu o referendo que o poderia remover do poder. Venceu o "não" - ou seja, o povo venezuelano optou por não destituir o seu presidente. Os EUA já aceitaram - como deviam - o resultado do referendo. Os observadores internacionais não detectaram irregularidades (apesar de contestadas pela oposição), e o referendo foi internacionalmente aceite.

Hugo Chávez é líder de um país que sofre de inúmeros problemas - sociais, económicos, culturais. Nos cinco anos que esteve no poder desgraçou a economia. Conseguiu alterar a Constituição, de forma a conseguir controlar praticamente tudo. Ele é hoje o "Fidel Castro" da Venezuela, um "ditador eleito", daí as reticências colocadas pelos países ocidentais, sendo os EUA os principais críticos do regime que se está a construir neste país sul-americano.

No entanto, muitos venezuelanos, em especial os pertencentes às camadas mais pobres, gostam de Chavéz. E por isso votaram a favor dele. E porquê? Porque votam eles em alguém que não retirou o país da miséria, antes pelo contrário: acentuou o atraso económico, o desemprego, toldou as perspectivas de futuro? A resposta é simples: populismo.

O Presidente venezuelano é um populista. O melhor exemplo foi o que se passou no último ano. Desde que soube que ia ser referendado, Chávez iniciou um imenso programa social destinado à escolarização dos mais pobres, instituiu programas de luta contra a fome, etc. Tudo isto com o dinheiro do petróleo (enquanto uns sofrem com o aumento do preço do crude, outros riem - os que o têm!). Chávez aumentou os gastos em programas socias, no último ano, de cerca de 18% para perto de 40% do PIB! "A economia que se lixe", pensará ele.

Isto é típico de regimes populistas: gastar tudo o que se tem para contentar o povo enquanto se depende de votos (independentemente dos défices, do descontrolo orçamental e económico, etc.); alterar a Constituição até se ter um poder eterno; depois, na falência económica e social, mantendo o povo pobre, analfabeto e desinformado, gritar contra os "inimigos do país" (aqui os capitalistas dos americanos); de seguida, ir mantendo o reinado eternamente. É isto o populismo.

Não é este o "populismo" de Santana Lopes (por cá felizmente o regime democrático está bem e recomenda-se). Ao pé de Chávez este "populismo" até perde a "graça". O verdadeiro populismo é isto que vigora na Venezuela. E este parece-me bem perigoso. Gostava de estar enganado.

Renovável a 100%?

Nos últimos anos muito se tem falado do desempenho económico de dois países: Irlanda e Finlândia. De maneira diferentes - o primeiro com políticas mais liberais, o segundo com maior controlo do Estado - conseguiram atingir excelentes performances económicas, figurando hoje na lista das economias mais competitivas do Mundo (com o 8º lugar para a Finlândia e o 10º para a Irlanda). As reformas económicas destes países foram exemplo para o Mundo.

Ontem, no PÚBLICO, soubemos que as "energias renováveis já são mais baratas que o petróleo". Caiu, assim, a última desculpa que ainda se ouvia acerca da aposta neste tipo de energias: "é muito caro!". Se já era imprescindível apostar em energias renováveis, como o entendiam as pessoas ambientalmente conscientes, parece-me que agora até já o será para os magos da economia. Já era esperado. Mais década, menos década, o petróleo acaba, como todos sabíamos, por isso a mudança de rumo energético é fundamental.

Assim, aqui fica uma proposta. Que tal Portugal apostar totalmente em energias renováveis, tentando alcançar o patamar de 100% de energias renováveis (i.e., 0% de dependência do ouro negro...) num horizonte de médio-longo prazo? Estimar uma meta (muito) optimista mas, ao mesmo tempo, motivadora: conseguir a não-dependência de crude até 2015/2020, e tentar assim ser um exemplo para o Mundo inteiro.

Assim, daqui a 10/15 anos, seríamos o único país do Mundo a viver apenas dependentes de energias renováveis. Seríamos o exemplo do futuro.

11.8.04

Conversas público-privadas

Escrevia, ontem, José Manuel Fernandes no editorial do PÚBLICO:

'Sobre isso o PÚBLICO tem, há muito, uma posição clara: não se revelam fontes nem se revelam conversas "off the record", isto é, conversas com fontes que pedem para não ser citadas.'

Em relação às fontes que pedem anonimato entende-se, aceita-se, é compreensível. Por vezes é a única forma de ter a notícia, e por isso a ocultação de identidade deve ser respeitada (devendo no entanto aceitar-se que em casos judiciais graves possam abrir-se excepções - mas esses são "casos de polícia" complexos e que por isso neles não me deterei).

Já quanto ao revelar conversas "off the record" questiono-me o seguinte: aceitando que a transcrição ipsis verbis de uma conversa deste tipo é censurável, não é verdade que qualquer jornalista, ao obter informações de uma pessoa - mesmo que anónima, mesmo que em "off" - vai aproveitar as suas declarações para fazer a notícia? Assim, apesar de não se revelar a conversa, faz-se a notícia pegando na informação "off the record". Ora isto é dizer o mesmo por outras palavras, certo? Assim sendo, porque se mantém o "segredo" em relação à conversa mantida com o jornalista?

A minha opinião mantém-se neste assunto: se não quero que um assunto caia no domínio público, não o converso com jornalistas. Isso é o mesmo que deixar um naco de carne numa jaula de um leão faminto... e pedir-lhe com carinho para ele não se saciar!...

9.8.04

Pós-Cabo Verde

Ainda a gozar do "descanso do guerreiro", e com acesso muito limitado à Internet, aproveito os minutos disponíveis num local público de acesso à "rede das redes" para deixar umas notas (apetitosas) do melhor da Ilha do Sal, Cabo Verde.

O doce cantar da morna
O vibrar do funaná
O sabor do atum fresco
A cor das habitações
A simpatia dos autóctones
A força do grogue
A cor da piscina natural
Os 2 (primeiros!) sargos que pesquei
Os mergulhos do pontão
O esparguete de lagosta
O mergulho (sobre navios afundados)
O mar (a cor), o mar (o calor), o mar
A companhia (ingrediente essencial)

Fico por aqui. Espero ter conseguido abrir o "apetite".

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